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Comunidade do Abacatal recebe evento sobre justiça climática e direitos humanos
Encontro promovido pela Prefeitura de Ananindeua fortalece o protagonismo das comunidades tradicionais nas discussões da COP30
Por Jamille Sousa (ASCOM)
A Prefeitura de Ananindeua realizou, nesta quarta-feira (18), no Quilombo do Abacatal, o evento Diálogos de Direitos Humanos e COP30. A iniciativa é promovida pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos (SECDH) e propõe escutar diretamente as comunidades tradicionais sobre os impactos das mudanças climáticas e como essas populações podem participar ativamente das decisões que envolvem o meio ambiente e seus direitos.
Secretária de Direitos Humanos, Lívia Noronha.Segundo a secretária de Direitos Humanos, Lívia Noronha, o objetivo é reforçar a participação popular na formulação de políticas públicas com base em uma escuta ativa e próxima dos territórios.
“O Diálogos, Direitos Humanos e COP30 discute a relação entre meio ambiente, direitos humanos e as comunidades tradicionais — quilombolas, ribeirinhas, moradores de ilhas, comunidades rurais e indígenas. Nós sabemos que essas populações são as mais afetadas pelas mudanças climáticas. Então, nada mais importante do que garantir o protagonismo delas, para que possam sair do lugar de apenas afetadas e passem a propor soluções”, afirmou.
Lívia explicou que o evento marca um novo modelo de gestão, mais integrado à realidade local. “Estamos inaugurando um novo modo de fazer gestão, que é uma gestão integrada com a comunidade, neste caso a comunidade quilombola do Abacatal, que historicamente ficou à margem do poder público.
"Ela também informou que novos encontros devem ocorrer futuramente nas ilhas da região e que os apontamentos da comunidade serão transformados em documento para subsidiar políticas públicas em parceria com outras secretarias, como a de Meio Ambiente e a de Enfrentamento às Mudanças Climáticas.
Coordenadora de Igualdade Racial da SECDH, Vanuza Cardoso.A coordenadora de Igualdade Racial da SECDH, Vanuza Cardoso, também participou do encontro e destacou o compromisso da prefeitura com a participação ativa das comunidades nos debates que antecedem a COP30, a Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém em 2025.
“Discutir direitos humanos dentro desse espaço é fundamental. A prefeitura está comprometida com a participação das comunidades tradicionais nessa pauta urgente. Daqui vão sair demandas para construirmos respostas reais, não só para o Abacatal, mas para todas as comunidades que estão à margem dessa discussão”, declarou.
Maria do Remédio Cardoso, coordenadora de programas comunitários da AMPQUA.Para Maria do Remédio Cardoso, coordenadora de programas comunitários da Associação de Moradores e Produtores Quilombolas de Abacatal (AMPQUA), o evento representa uma oportunidade de luta e de reconhecimento.
“Esse evento nos faz refletir sobre a COP30 e o que nós, como comunidade tradicional, podemos fazer para sermos ouvidos. Queremos falar sobre o racismo ambiental e mostrar que estamos aqui desde 1710, resistindo e preservando. Queremos continuar existindo neste território como sempre fizemos”, afirmou.